Após repercussão nas redes sociais e mídia goiana, finalmente na manhã desta quinta-feira (16), o prefeito de Goianira, Miller de Assis (PSD) recebeu os responsáveis pelo Hospital Goianira, que está fechado desde o dia 31 de maio. Apesar de ser uma unidade particular, era o único hospital e maternidade que fazia cirurgias e internações no município, atendendo também pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Atualmente, os pacientes que chegam até o hospital municipal Santos Dangoni, estão sendo transferidos para Goiânia. Um dos proprietário, Dr. Gaspar explicou a situação, "o problema se agravou devido à falta de pacientes, tanto internação, quanto cirurgias, pelo SUS. A Prefeitura Municipal de Goianira recebe [do governo federal] R$: 100 mil por mês. Somente R$:60 mil é repassado para pagar as despesas de internação hospitalar, funcionários, medicação, manutenção de equipamentos, limpeza e cozinha, com mais R$: 6 mil de tratamento ambulatorial”, esclareceu.

Nathalia Fernandes, secretaria de saúde falou sobre o repasse de verba federal para o funcionamento do hospital particular, “é um valor de R$: 25 mil mensal, onde a prefeitura entra com a contrapartida para inteirar R$: 66 mil. E a gente cumpri sim com esse valor, a partir do momento que tem prestação de contas do serviço”, declarou.

“Nós temos quase R$: 61 mil de serviços contratados com o hospital. Aconteceu que eles não conseguem chegar a 61 mil de serviços. Não adianta, eu falar que vou destinar, 100 mil, 200 mil reais para o hospital particular, uma vez que eles não conseguem oferecer esse serviço”, falou prefeito Miller, em entrevista à Record Goiás.

Em entrevista ao Portal Goianira, Dr. João, um dos proprietários do hospital comentou, “estão falando que não estamos com os documentos em dia. Temos tudo em dia e está aqui a prova para vocês postarem no portal Goianira. O que eu quero é que seja feito um acordo e que ele [Miller] cumpra. O governo federal manda R$: 100 mil reais ele repassa só R$: 60 mil, para aonde vai os outros 40 mil reais?”, questionou o médico. A auxiliar administrativa, Simone Maria de Paula, que trabalhou há 30 anos no hospital fala da tristeza de ver as portas fechadas, “a vida toda a gente trabalhou e viu tantas pessoas nascerem aqui e agora fechar dessa maneira, né?”, disse.

PERDA DA CIDADANIA GOIANIRENSE

Laura Teixeira, filha do Dr. João, falou sobre o problema que o hospital fechado está ocasionando, “toda criança que nasce aqui no hospital é registrada como cidadão goianirense, já em Goiânia são registrados como goianiense. Causando prejuízo, inclusive, para nosso município”, indagou. 

CEMITÉRIO LOTADO

O Cemitério Municipal é outro problema há meses. No local não tem mais espaço para se enterrar ninguém e no município não tem outro cemitério público ou particular, o que dificulta o sepultamento na cidade. Muitos corpos estão sendo levados para cidades ou estado de origem para serem enterrados. O prefeito deu entrevista à Record Goiás, informando, “eu quero acreditar que já esse mês a gente consegue bate o martelo e falar: ‘é aqui que vamos poder enterrar’”.

Já o secretário de Finanças, Frank Fraga, disse a reportagem da TV Serra Dourada (SBT), que foi feito todos os estudos necessários em um outro terreno para construir o novo cemitério público, “mas o Ministério Público fez uma recomendação para que não fosse instalado naquele local. Nós conseguimos achar agora, essa nova área, que fica fora do perímetro urbano. Já demos início no projeto de desapropriação e a gente acredita que no prazo de 4 a 5 meses nós estamos com um novo cemitério.

 

DESFECHO DA HISTÓRIA

Durante a gravação da reportagem da Rede Record Goiás, nesta quinta-feira, na Prefeitura Municipal, os responsáveis pelo hospital e o prefeito Miller, juntamente com a secretária de saúde estiveram em reunião para entrar em um acordo e tentar resolver o problema. Até o fechamento da matéria não tivemos resposta sobre a conclusão do caso entre ambas partes.

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