Foto: Vinycius FerreiraEra 22 de julho de 2015, quando um tiro acidental transformou a vida de Sr. Joaquim Pereira dos Santos, em inércia. O homem, de 51 anos, estava em casa mexendo em uma espingarda “bate bucha”, que possuía e não tinha verificado se havia pólvora, o que resultou em um disparo que atingiu o braço - estraçalhando o osso úmero. Joaquim parou de trabalhar, devido ao problema, o que dificultou o sustento da família, em uma casa com cinco pessoas.

Em entrevista exclusiva ao Portal Goianira, Joaquim afirmou que no dia do incidente, tentou pedir socorro na ambulância do Hospital Santos Dangoni, Samu e até a Polícia Militar, mas não obteve sucesso. Os vizinhos que o levaram para o hospital de Goianira, onde foi encaminhado para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). “Eu estava mexendo nela [espingarda], próximo a barriga com o cano virado para o braço direito. Só escutei o estralo. Quando olhei para o braço, estava cheio de sangue. Fui levado para o Hugol e feito uma cirurgia de emergência no meu braço”, contou. 

“Às vezes não é tanto dor que sinto, é a incomodo que é pior. Não posso mexer durante a noite. Durmo, no máximo, duas horas durante a noite”, declarou.  Além de usar a tala, 24 horas por dia, Joaquim passa álcool no prazo duas vezes por dia com medo de infecção.

Foto: Vinycius FerreiraDIFICULDADE DE CONSEGUIR CIRURGIA

Após 12 dias internado no Hugol, colocaram um fixador no braço do idoso, ele teve alta e voltou para casa. Segundo Joaquim, fez vários exames de raio-x e mandaram ir  à secretaria municipal de saúde de Goianira para encaminharem para fazer a cirurgia, em Goiânia. Eis que, onde começa o sofrimento.

“O pessoal do Hugol me mandaram no Santa Marta [Hospital]. Chegando em Goiânia, me disseram que a secretaria de Goianira teria que me encaminhar para um hospital para fazer a cirurgia. Voltamos na secretaria e disseram que não poderiam fazer nada. Que o município estava sem dinheiro", disse Joaquim. 

AÇÃO NO MINISTÉRIO PÚBLICO

Foto: Vinycius Ferreira

O homem entrou com uma ação no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), no dia 28 de abril deste ano para a Justiça acelerar o processo de regulação da cirurgia, por meio da Secretaria Municipal de Goianira. “Depois que entrei com ação no MP, me ligaram falando que iriam me ajudar. Me encaminharam para novas consultas e exames. Mas somente isso. A cirurgia, que é caríssima, até hoje estou esperando. Há cerca de um mês o MP me ligou para saber se tinha conseguido a cirurgia”, contou sem esperança.

PERDENDO O MOVIMENTO DO BRAÇO E MÃO

Foto: Vinycius FerreiraA situação do homem se agrava a cada dia mais, pois está perdendo o movimento dos dedos da mão e do braço, por conta da demora do governo municipal em conseguir regular ele para Goiânia. “Fiz a primeira cirurgia no Hugol e colocaram um pino, porém a segunda cirurgia é necessária para recuperar o osso, retirar estilhaços da bala e fazer enxerto”, explicou.

“Fui atras do prefeito, ele disse que não sabia. Pegou os papéis e falou que na semana seguinte iria dar uma resposta. Mas essa resposta nunca chegou”, afirmou. Hoje o que resta para Sr. Joaquim são as marcas do incidente: dois buracos da bala no braço, dor, sofrimento e a esperança de algum dia conseguir a cirurgia e não perder o braço.

RESPOSTA DA PREFEITURA DE GOIANIRA
A nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Goianira, na tarde de ontem, quarta-feira (17), que respondeu que a  secretaria de saúde estaria fazendo um levantamento sobre o assunto, e daria uma resposta até às 11h desta quinta-feira (18), mas até o fechamento desta matéria não obtivemos resposta sobre o caso.